Sinal verde para o plantio do algodão vem acompanhado de alerta em parte de MT
Cultivo das lavouras está autorizado nas regiões de Campo Verde, Rondonópolis e Primavera do Leste; mas agricultores devem manter áreas limpas de plantas “tigueras” para evitar pragas
Começou a safra de algodão para os produtores da chamada “região 1”, que inclui os municípios de Campo Verde, Rondonópolis, Primavera do Leste e suas respectivas regiões em Mato Grosso. Com o fim vazio sanitário nestes locais no último sábado, o plantio está autorizado. Já na chamada “região 2”, que engloba os municípios de Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sapezal e regiões, o sinal verde para o cultivo só virá no próximo dia 15 de dezembro.
Nesta nova safra as lavouras de algodão devem ganhar espaço no estado, chegando a 1,140 milhão de hectares segundo o Imea, 2% a mais do que no ciclo anterior. Entretanto, apenas 155,7 mil hectares devem ser semeados durante o mês de dezembro, o chamado “algodão safra” (13,6% da área total). A grande maioria das lavouras será cultivada em janeiro após a colheita da soja, o chamado “algodão safrinha”.
Apesar do sinal verde para o cultivo, a recomendação é para que os agricultores mantenham o alerta no campo, dando sequência às medidas de prevenção e controle contra a incidência de pragas, especialmente o bicudo-do-algodoeiro, que tem “assolado as plantações do estado”. O alerta foi disparado pelo Instituto Mato-grossense do Algodão (Ima-MT), que registrou grande pressão do inseto durante o período de entressafra da cultura. “Eliminar qualquer tipo de planta de algodão dentro das lavouras de soja, cujo plantio está perto do encerramento em Mato Grosso, é medida essencial para garantir o sucesso da próxima safra de algodão. Não pode haver plantas vivas de algodão em meio à soja, em geral tigueras e rebrotas. Trata-se de um risco fitossanitário muito grande e é tarefa do produtor eliminá-las de qualquer forma”, reforça a nota publicada pelo Instituto.
O texto diz ainda que “os armadilhas instaladas nas propriedades para identificação e captura do bicudo devem ser mantidas para facilitar a identificação da quantidade e da localização das infestações, permanecendo nas lavouras até mais ou menos 35 dias após o plantio do algodão”. Outro alerta é com o risco da presença de plantas voluntárias nas margens das rodovias e, ainda, em propriedades que fazem uso de caroço do algodão – como os confinamentos – onde também há chance de encontrar pés de algodão tiguera: “É preciso promover o arranquio e não deixar nenhuma planta sequer, pois permite a infestação do bicudo”.
Considerado o “inimigo número 1” das lavouras de algodão, o bicudo do algodoeiro causa prejuízos milionários a cada safra aos agricultores. Em 2016, um levantamento feito pelo próprio IMAmt estimou em US$ 270 milhões o tamanho das perdas e gastos anuais dos produtores de Mato Grosso para controlar a praga.
Canal Rural